quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Sou a favor da “panelinha”!

Por Márcio Silva
   
  O Guinho era um jovem que gostava muito de jogar futebol. No seu bairro havia um time, ou melhor, uma “panela”, não estas panelas de cozinhar, mas aquelas famosas “panelinhas” do futebol onde ninguém entra e quando esta lá dificilmente sai. O Guinho era um bom jogador em comparação aos garotos de sua idade, porém ninguém lhe dava a oportunidade de poder jogar no time do bairro, no melhor, no maior e... no único time, exatamente, no único time do bairro! Guinho comparecia todos os fins de tardes para jogar aquela popular “pelada” com os jogadores do time durante a semana, porém no domingo, o dia dos jogos, o Guinho ia apenas torcer. Ninguém lhe convidava para jogar no time, ninguém lhe oferecia a camiseta do clube. Guinho sonhava em poder jogar, mas ele não fazia parte da “panelinha”! É triste, mas isso aconteceu e continua acontecendo com muitas pessoas. Maldita “panelinha”, ou será que é “bendita”? Pois bem o Aymoré nasceu justamente por causa da “panelinha”!
Alguns jogadores sem oportunidades de jogarem pelo América resolveram em 1954 fundarem o glorioso Aymoré que nesta sexta-feira completará 60 anos. O Aymoré surgiu arrasador, conquistando vários títulos, municipais e regionais. Em alguns momentos o índio giruaense precisou descansar para retornar com mais forças. Hoje possui um dos melhores gramados do interior do estado. Todos os times que pisam no tapete verde ficam boquiabertos com a beleza da estrutura do campo do índio giruaense.
    Neste sábado o Aymoré realizará a festa em comemoração aos 60 anos de história do clube. Na tarde realizará um amistoso contra o time do São Sebastião do Cai, time formado por giruaense que residem na serra. A noite será realizado um jantar com homenagens as pessoas que fizeram parte da história do clube!
     Voltando a história do Guinho.
     O garoto, apesar de todo o blecaute, continuou insistindo até que um dia chegou a grande oportunidade de vestir a camiseta do time. O Guinho soube aproveitar e logo se destacou e em pouco tempo estava jogando na categoria principal e atuando como titular sendo o destaque da equipe! Já ouviu falar naquele ditado “tudo que vem fácil, vai fácil”? Pois é, para o Guinho não foi fácil, foi muito difícil, por isso ele soube valorizar. Se fosse fácil ele entrar no time, se não existisse a “panelinha”, talvez ele não tivesse se dedicado o quanto se dedicou quando recebeu a oportunidade.
    Alguns anos depois, outros garotos falavam: - O Guinho faz parte da “panelinha” do time do bairro!
     Por isso sou a favor da “panelinha”!
     Se a famosa “panelinha” não existisse talvez o Guinho fosse um jogador comum e o Aymoré possivelmente não existiria!
     Parabéns Aymoré! 60 anos de glórias!
     Feliz Natal a todos!

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